Nos últimos anos, o debate sobre a escola tem-se tornado intenso e multifacetado e, ao mesmo tempo, encontram-se posicionamentos sobre seu papel para o aprendizado e apropriação do saber historicamente acumulado de uma sociedade ou cultura. Simultaneamente, as correntes críticas e pós-críticas apresentam questionamentos sobre qual sociedade ou cultura é privilegiada pelo currículo escolar.
Além disso, a intromissão do Estado, a massa media e o acúmulo do capital por parte de um número cada vez mais restrito de pessoas afastam o discurso da democracia da vida pública, direcionando-o para os interesses de mercado. Diante deste quadro, e pautado nas perspectivas atuais da teoria educacional, a escola pode proporcionar uma análise desse momento histórico, constituindo-se em espaço de luta por transformações sociais, visto que possibilita o movimento dialético entre o conhecimento e a ação transformadora. Por sua vez, a Educação Física, enquanto componente engajado nesse contexto, configura-se em forma específica de intervenção contra hegemônica.
Sem querer apresentar-se como "guia", esta obra visa a estender aos militantes da educação transformadora, as vivências e os resultados de uma pedagogia crítica da cultura corporal.