Fazer filosofia, para Roberto Mangabeira Unger, é pensar radicalmente. É insistir em tratar dos assuntos mais importantes e urgentes à nossa vida hoje.
A urgência e relevância do seu pensamento foi, mais uma vez atestada, pois o lançamento de A religião do futuro, nos EUA, levou a obra às listas dos mais vendidos por meses seguidos.
Atenção: As portas da profecia estão sempre abertas. As revoluções religiosas que resultaram nas religiões hoje dominantes podem ser sucedidas por outras revoluções espirituais, de envergadura semelhante.
Em A religião do futuro, Roberto Mangabeira Unger mostra como fazer das religiões de agora pontos de partida para tais reorientações proféticas. E exemplifica com o cristianismo.
No centro do cristianismo, estão duas ideias: a vocação da transcendência e a primazia do amor. Mas essa verdadeira ortodoxia é quase sempre suprimida: a história da fé cristã é uma história de heresias.
Uma reinterpretação radical do cristianismo mudará nosso entendimento do lugar da religião na vida. E ajudará a inspirar uma moral que nos afaste dos ídolos para nos aproximar uns dos outros e uma política que inove nas instituições para engrandecer as pessoas.
Afinal, como viver de modo a morrer só uma vez? Como organizar uma sociedade que nos dê melhor oportunidade para tomar posse da vida? Como reinventar a religião para que ela nos liberte em vez de nos consolar?
Essas indagações estão no centro deste A religião do futuro. Roberto Mangabeira Unger propõe o conteúdo de uma religião que possa sobreviver à fé num Deus transcendente e em vida depois da morte. Para essa religião - a religião do futuro -, seres humanos se podem tornar mais humanos ao se tornarem mais divinos, não depois, em outra vida e em outro tempo, mas agora na Terra e em suas próprias vidas.
Mangabeira começa por enfrentar as falhas irreparáveis na condição humana: nossa queda rumo à morte, nossa incapacidade de compreender os fundamentos do ser e do tempo, e nossa busca insaciável do infinito num mundo em que só o finito nos cerca. Ele discute as orientações divergentes à existência que dominaram os últimos 2.500 anos da história da religião. Aborda a natureza da revolução religiosa de que precisamos agora. Explicita o ideal político dessa religião, uma ideia de liberdade profunda. E desenvolve a concepção da conduta da vida que define a contrapartida moral dessa doutrina política.
Nesta obra, Mangabeira avança em seu programa filosófico, desenvolvendo ideário segundo o qual a história está aberta, o novo é possível, e o apequenamento não tem de ser nosso destino.