"Inventário de uma memória consagrada" discorre sobre a formação do teatro pernambucano e a pouca importância dada a certos atores e autores, postos à margem dos registros oficiais, em particular no caso do dramaturgo e diretor Benjamin Santos, cuja obra situa-se entre o regionalismo, o nacional-popular e as vanguardas, trilhando caminhos às vezes contraditórios. Benjamim atuou no teatro pernambucano a partir de meados dos anos 1960, quando ocupou os espaços surgidos com a dificuldade de criação por outros autores, um "intervalo" da produção em função da censura. Idelmar Gomes contribui para a historiografia da cena pernambucana, propondo o resgate do personagem, e reflete sobre a constante tensão entre tradição e modernidade e o diálogo crítico entre regionalismo e construção de identidade, ao mesmo mesmo tempo que procura atualizar o entendimento da produção teatral de Pernambuco no século XX em sintonia com as tendências do país.